Abre o guarda-chuva delicadamente no meio da multidão para não ferir ninguém. Recomeça o passo acelerado a que o stress o habituou, dá pisadas graves no calçado molhado, encharcando os ténis em possas que não contornava.
Começa a contar os passos, como forma de abstracção do longo caminho que ainda tinha que percorrer. Não resultou, achou a sua voz ainda mais irritante que a pesarosa caminhada.
Sempre de olhos postos no chão, ia assim passando por ruas de Lisboa.
Choca com uma pessoa, pisa outra, tropeça, escorrega, até que esbarra com uma rapariga e atira-a ao chão.
Levanta-a, pede-lhe desculpa e admira a sua beleza: Cabelos de um castanho avelã, olhos verdes, pele branca como a neve. Mais uma vez pede-lhe desculpas e avança. Olha para trás e ela sorri-lhe e começa a andar na direcção oposta.
Olha para o relógio, vê que está atrasado, acelera o passo. Uma repentina rajada de vento arranca-lhe o chapéu das mãos, volta a trás, agora á chuva, agacha-se para o apanhar quando vê uma mão que lhe imitava o gesto.
Ele recua pela repentina aparição da rapariga, a mesma com que esbarrara, sorriu e o sorriso foi retribuído, agacharam-se os dois ao mesmo tempo batendo com as cabeças, riram-se. Olharam para o chapéu e depois para os olhos um do outro, começaram uma busca pela profundeza do olhar e sorriam uma vez mais.
Ele finalmente agacha-se e apanha o chapéu, segurando-o agora com mais força.
Olha para a rapariga e alisa o seu cabelo desgrenhado pelo vento, esboça novamente um sorriso como despedida.
Vira costas, atravessa a passadeira, olha para trás, ela já não estava lá. Continua a caminhar para o seu destino, insultando-se a si próprio por saber que não fez nada para voltar a ver a rapariga.
Abstrai-se do mundo, pensa na rapariga, choca contra pessoas, leva encontrões, desgrenha os cabelos das pessoas com o chapéu-de-chuva, até que tropeça numa pedra saída do calçado e cai no meio do chão molhado. Levanta-se de imediato, ajeita-se, olha para o relógio, dá um ligeiro grito de espanto e recomeça a passada grave e acelerada.
Entra pelo portão enferrujado da escola, pede desculpa pelo atraso, senta-se na mesa, abre o caderno e começa a desenhá-la.
Começa a contar os passos, como forma de abstracção do longo caminho que ainda tinha que percorrer. Não resultou, achou a sua voz ainda mais irritante que a pesarosa caminhada.
Sempre de olhos postos no chão, ia assim passando por ruas de Lisboa.
Choca com uma pessoa, pisa outra, tropeça, escorrega, até que esbarra com uma rapariga e atira-a ao chão.
Levanta-a, pede-lhe desculpa e admira a sua beleza: Cabelos de um castanho avelã, olhos verdes, pele branca como a neve. Mais uma vez pede-lhe desculpas e avança. Olha para trás e ela sorri-lhe e começa a andar na direcção oposta.
Olha para o relógio, vê que está atrasado, acelera o passo. Uma repentina rajada de vento arranca-lhe o chapéu das mãos, volta a trás, agora á chuva, agacha-se para o apanhar quando vê uma mão que lhe imitava o gesto.
Ele recua pela repentina aparição da rapariga, a mesma com que esbarrara, sorriu e o sorriso foi retribuído, agacharam-se os dois ao mesmo tempo batendo com as cabeças, riram-se. Olharam para o chapéu e depois para os olhos um do outro, começaram uma busca pela profundeza do olhar e sorriam uma vez mais.
Ele finalmente agacha-se e apanha o chapéu, segurando-o agora com mais força.
Olha para a rapariga e alisa o seu cabelo desgrenhado pelo vento, esboça novamente um sorriso como despedida.
Vira costas, atravessa a passadeira, olha para trás, ela já não estava lá. Continua a caminhar para o seu destino, insultando-se a si próprio por saber que não fez nada para voltar a ver a rapariga.
Abstrai-se do mundo, pensa na rapariga, choca contra pessoas, leva encontrões, desgrenha os cabelos das pessoas com o chapéu-de-chuva, até que tropeça numa pedra saída do calçado e cai no meio do chão molhado. Levanta-se de imediato, ajeita-se, olha para o relógio, dá um ligeiro grito de espanto e recomeça a passada grave e acelerada.
Entra pelo portão enferrujado da escola, pede desculpa pelo atraso, senta-se na mesa, abre o caderno e começa a desenhá-la.
Wow..está incrível a sério =)
ResponderEliminarohpaah, eu achei que a banda sonora estava simplesmente fantástica - aqueles sons da maq de escrever a fazer música, as paragens súbitas, etc etc etc, estava fantástico mesmo!
ResponderEliminarya xD me too
ResponderEliminarahah, lá está xD
ResponderEliminarO texto está fabuloso...não apenas por estar bem escrito mas por retratar um momento pelo qual toda a gente passa pelo menos uma vez. E todos viramos costas a ofender-nos por não termos dito nada...mas por outro lado fica aquela aurea de algo misterioso, do que poderia ter sido que nos alegra o resto do dia.
ResponderEliminarA fantasia é algo brilhante.
Beijo*
Muito bom mesmo este texto... Parabéns!
ResponderEliminar**
ya, grande mesmo xD
ResponderEliminarGostei tantooo deste *.*
ResponderEliminarPussyCat ^^