O maldito semáforo não passava do vermelho, e os peões continuavam a esperar na outra margem para poderem atravessar o raio da passadeira branca. Estava um dia cinzento, de inverno. Ele olhava para o relógio para ver se ainda tinha tempo de chegar a horas ao destino.
Olhou, momentaneamente, para trás e espantou-se com a enchente de pessoas que também esperavam pelo verde sinal, que teimava em estar vermelho, para passar a passadeira. Olhou, uma vez mais, para trás e ficou-se a analisar todos aqueles desconhecidos. Reparou que todos eles eram diferentes, todos com a sua vida, com a sua história, com a sua personalidade. Tanta vida num só sitio! Havia o homem sério de bigode cuidado que se atropelava a falar ao grande telemóvel. De pasta preta na mão, que a segurava rigidamente, contorcendo-se com o stress. A contrastar com esta figura estava, ao seu lado, um jovem rapaz que cantarolava a música que ouvia pelos seus grandes head phones. De camisola branca com desenhos a preto e com umas calças pretas justas que só tapavam meio do seu rabo, deixando à vista os coloridos boxers que tanto chocavam as cuscas senhoras que, impiedosas, diziam mal do rapaz. Ambas de cabelos grisalhos pelos ombros, com rugas de velhice, de roupa antiquada e com um pequeno chapéu na mão, cada uma, caso fosse o diabo tece-las. Elas tagarelavam tão alto que já incomodavam a alta mulher que revirava os olhos com a idiota conversa. Era bonita! Alta, de longos cabelos castahos, de olhos verdes escurecidos pelo cinzento dia, de gabardine francesa que lhe dava pelos joelhos e de longos sapatos pretos. Por sua vez, esta mulher atraia a atenção de um tímido rapaz de cabelos castanho ondulado que a analisava cuidadosamente, mais que aos outros. Era ele.
O semáforo fica, finalmente, verde. Toda a multidão suspira e apressa-se a atravessa-la, pois atrasados já eles estão todos.
Olhou, momentaneamente, para trás e espantou-se com a enchente de pessoas que também esperavam pelo verde sinal, que teimava em estar vermelho, para passar a passadeira. Olhou, uma vez mais, para trás e ficou-se a analisar todos aqueles desconhecidos. Reparou que todos eles eram diferentes, todos com a sua vida, com a sua história, com a sua personalidade. Tanta vida num só sitio! Havia o homem sério de bigode cuidado que se atropelava a falar ao grande telemóvel. De pasta preta na mão, que a segurava rigidamente, contorcendo-se com o stress. A contrastar com esta figura estava, ao seu lado, um jovem rapaz que cantarolava a música que ouvia pelos seus grandes head phones. De camisola branca com desenhos a preto e com umas calças pretas justas que só tapavam meio do seu rabo, deixando à vista os coloridos boxers que tanto chocavam as cuscas senhoras que, impiedosas, diziam mal do rapaz. Ambas de cabelos grisalhos pelos ombros, com rugas de velhice, de roupa antiquada e com um pequeno chapéu na mão, cada uma, caso fosse o diabo tece-las. Elas tagarelavam tão alto que já incomodavam a alta mulher que revirava os olhos com a idiota conversa. Era bonita! Alta, de longos cabelos castahos, de olhos verdes escurecidos pelo cinzento dia, de gabardine francesa que lhe dava pelos joelhos e de longos sapatos pretos. Por sua vez, esta mulher atraia a atenção de um tímido rapaz de cabelos castanho ondulado que a analisava cuidadosamente, mais que aos outros. Era ele.
O semáforo fica, finalmente, verde. Toda a multidão suspira e apressa-se a atravessa-la, pois atrasados já eles estão todos.
Conseguiste expressar muito bem o tempo da narrativa...o atraso, a passagem do tempo e a raiva que este factor provoca. Adoro observar as pessoas que aguardam por algo ^^
ResponderEliminarBeijo
Encontramos tantas histórias vividas por desconhecidos mesmo ao nosso lado, por momentos tentamos imaginar como serão as suas vidas, mas logo que o semáforo fica verde seguimos todos para a nossa vida.
ResponderEliminarincrível...gosteii muitooo =P
ResponderEliminarde nada.
ResponderEliminaré incrivel como transmitiste tão bem esta imagem. um semaforo teimoso, um monte de gente stressada e tantas vidas alheias com os seus problemas, com a sua vida. parabéns, muito bem escrito! (btw, adorei o teu blog)
ResponderEliminarestá muito fiche :)
ResponderEliminarImaginei a cena. Queres melhor que isso?!
ResponderEliminarmuito bom
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