Melancholia
Desde já tenho que referir que me é algo difícil avaliar um filme tão complexo como o Melancholia. Mas é isso mesmo que o torna tão especial e tão magnífico.
O filme arranca com um fantástico prólogo de 7 minutos com várias imagens e planos aterrorizantemente belos! Juntamente com a poderosa “Tristan and Isolde – Prelude” de Wagner, estas cenas iniciais despertam de imediato o espectador a fazer um exercício de introspecção, à medida que vários símbolos importantes no filme passam pelo ecrã.
Logo de inicio Lars Von Trier começa por mostrar o fim. Literalmente o fim… E com isso, como ele próprio disse, “queria deslocar a atenção do espectador do acontecimento em si para o cenário humano subjacente”. Assim, o cineasta demarca logo o que lhe é mais importante: o enredo humano no cenário apocalíptico de Melancholia.
O tal enredo humano centra-se na relação de duas irmãs bem diferentes que vivem no seio de uma família bem disfuncional. Sendo Claire (Charlotte Gainsbourg) a mais racional das irmãs e Justine (Kirsten Dunst) a que se encontra num estado emocionalmente instável. O filme foi interessantemente dividido em duas partes, começando pela visão de Justine sobre o seu casamento falhado. A sua inconstância psicológica e debilitação mental foi entrave à felicidade deste casamento e aqui é interessante ver a performance brilhante de Dunst que teve um dos papeis da sua carreira.
A segunda parte do filme é centrada em Claire, que foi fantasticamente representada por Gainsbourg, e é nesta parte que o filme se supera a si mesmo! É aqui que temos a noção do impacto humano que esta obra tem. À medida que o planeta Melancholia se aproxima da terra o estado psicológico de Claire (o pilar racional daquela família) vai-se deteriorando e Justine, por seu lado, aceita com tranquilidade o inevitável: o final dos tempos. É estas duas atitudes diferentes que despertam a actividade reflectiva do espectador. E é este emaranhado de atitudes, fragilidades e sentimentos humanos que é tão interessante de ver, contemplar e analisar neste filme.
Melancholia acaba com uma cena poderosa, bela e perigosa! A combinação de imagem-som é tão brutal para com o espectador que quando os créditos surgem rodeado por um estridente silêncio e as luzes da sala se acendem, todos os espectadores ainda se encontram de olhos bem abertos a olhar para o ecrã e com a respiração ainda cortada por aquela cena feroz.
Avaliação: 18/20
já tinha curiosidade em ver este filme, depois de ler isto ainda fiquei com mais :) obrigada!
ResponderEliminarÉ mais impactante que o Tree of Life?
ResponderEliminarObrigado. Eu também sou super pessimista, mas ontem depois de ver o WYN deu-me um vipe de felicidade, e decidi escrever xD Já estou a ver que tenho de me deslocar a um multiplex qualquer xD
ResponderEliminarÉ excelente, LOL... O Drive estou mais apressado xD
ResponderEliminarQuando vir ambos logo saberei de qual gosto mais xD
ResponderEliminarOh se vai, oh se vai *.*
ResponderEliminarNão sei, em vendo ambos logo tiro as minhas conclusões xD
ResponderEliminarOh, cala-te! xD
ResponderEliminaré pena, as pessoas estão mais habituadas a filmes mais mexidos, com mais acção, torna-se mais complicado concentrarem-se nas cenas mais lentas e apreciarem-nas assim x)
ResponderEliminarMesmo, gosto muito dela! Já viste o Contagion?
ResponderEliminarParece ser soberbo! Quero vê-lo agora!!! :)
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