2 de outubro de 2012

O Medo


O coração pára, o sangue gela, os punhos cerram-se, os olhos dilatam-se e o grito escapa, inaudível à indiferença do mundo. Petrifico o meu corpo e tento captar tudo o que me rodeia, através da visão turva e da deficiente audição. Os pulmões expandem à medida que o poluído ar entra, as cordas vocais preparam-se e outro grito escorre pela amedrontada boca, este pedia por socorro. O nada responde. 
O berrante silêncio mistura-se com a monstruosa escuridão e dilacera-me as defesas. O meu inútil e cambaleante corpo cai no frio chão, o medo penetra-me a alma e a saudade engole a razão. Assim as lágrimas escapam à medida que este sufocante receio me diz que nunca te terei, nunca...

Sem comentários:

Enviar um comentário